Atualizado em 19 de maio de 2020 |
Publicado originalmente em 28 de março de 2020 às 13h18
Os cuidados multidisciplinares são centrais para a qualidade de vida dos pacientes com Atrofia Muscular Espinhal (AME). Porém, dada a oferta limitada de vagas para serviços de fisioterapia, terapia ocupacional, nutrição, psicologia, entre outros, nem todos conseguem acessá-los na frequência e qualidade desejadas (1 - 4).
O apoio nutricional também é desafiador no Brasil. As fórmulas nutricionais indicadas são fundamentais ao tratamento, contudo são caras e dificilmente as famílias dispõe de recursos para adquiri-las. Em complemento, o SUS não disponibiliza a variedade de fórmulas necessárias para toda a diversidade de perfis e necessidades da Atrofia Muscular Espinhal (AME).
O acesso aos equipamentos também encontra barreiras. O Estado disponibiliza alguns dos equipamentos necessários para o cuidado adequado da Atrofia Muscular Espinhal (AME), como, por exemplo, a cadeira de rodas motorizada e o suporte ventilatório em binível, porém outros, como máquina de auxílio à tosse e tecnologias assistivas não são disponibilizados.
Por outro lado, mesmo quando o Estado fornece o equipamento, não necessariamente há adaptações ao quadro específico dos pacientes. Por exemplo, as cadeiras de rodas deveriam ser adaptadas de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.
A fragmentação dos níveis de atenção e a diferenciação entre o acompanhamento com o especialista e o tratamento multidisciplinar são prejudiciais para o alcance de um objetivo de qualidade de vida e terapêutico de sucesso.
Portanto, para que a pessoa com Atrofia Muscular Espinhal (AME) receba o cuidado adequado, é imperativo que o acesso seja pensado de forma integrada e coesa - entre os profissionais de saúde, entre/ intra serviços e estabelecimentos do sistema e entre os níveis de atenção.
Em dúvida sobre algum termo desta matéria? Confira o glossário.
1. Miranda GMD. O desafio da organização do Sistema Único de Saúde universal e resolutivo no pacto federativo brasileiro. Saúde e Soc. 2017;26:329–35.
2. INTERFARMA. Doenças Raras: A urgência do acesso à saúde. 2018. 1–31 p.
3. CONASS. A atenção primária e as redes de atenção à saúde. Brasília: CONASS; 2015. 127 p.
4. Mendes EV. Atenção Primária à Saúde no SUS. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará; 2002.
O conteúdo discutido foi inspirado no Guia de Discussão sobre Atrofia Muscular Espinhal (AME) no Brasil: Trabalhando hoje para mudar o amanhã. Clique para baixar o Guia gratuitamente e disponível na íntegra.
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