Não existe fronteiras para o esporte: Evelyn Oliveira conta como é a rotina de uma atleta paralímpica.

Atualizado em 18 de outubro de 2021 |
Publicado originalmente em 18 de outubro de 2021

Evelyn é atleta de bocha, conquistou a medalha de ouro nas Paralimpíadas do Rio e foi a porta-bandeira do Brasil em Tóquio - 2021.

Em agosto de 2021, a campanha “Se o simples complicar, investigue” trouxe de volta as histórias dos personagens Félix, Clarissa, Samir, Aurora, Gael e Liliam por meio de um livreto que reúne tirinhas inéditas contando novas aventuras dessa turma. Assim como Gael, um dos nossos personagens do livreto, Evelyn é uma atleta de bocha. Experiente, ela já soma duas Paralimpíadas à sua trajetória profissional. Evelyn Oliveira esteve recentemente em Tóquio, representando o Brasil, como também competiu nas Paralimpíadas do Rio, em 2016. Sua paixão pelo esporte surgiu em 2010, quando uma das professoras do clube onde hoje ela treina, a convidou para conhecer as modalidades paraesportivas desenvolvidas no local.

"Lembro que quando ela falou de esporte, eu olhava pra mim e aquilo não fazia sentido, porque eu não conseguia imaginar alguém com uma deficiência praticando um esporte. Então fui fazer o teste alguns dias depois e fiquei encantada em perceber que o esporte era totalmente adaptado para que eu pudesse praticar.”

A atleta, atualmente com 34 anos, conta que o esporte já a levou para muitos lugares diferentes, “nos últimos 5 anos, comemorei meu aniversário em 3 países devido às competições: 2017 na Colômbia, 2018 na Inglaterra e agora, em 2021, no Japão.” Em Tóquio, ela representou o Brasil nas Paralimpíadas e foi a porta-bandeira da cerimônia de abertura. Ela conta que não esperava participar do evento por conta da pandemia, mas ao receber o convite do diretor técnico e do presidente do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), se sentiu muito emocionada.

“Ali carregando a bandeira eu estava levando a minha história e de tantas outras pessoas com deficiência que eram consideradas improváveis, além de representar todos os atletas, o esporte paralímpico nacional e todos os brasileiros.”

A atleta comenta que poder conhecer outras pessoas e culturas e compartilhar experiências, é a melhor parte dos eventos esportivos internacionais. Mas o fuso horário é sempre um desafio. Em Tóquio, conversou pouco com familiares e amigos e priorizava os horários entre 21h e 22h, para conseguir conciliar com a agenda de treinos. Evelyn ainda revela a estrutura da delegação das Paralímpiadas, que conta com profissionais de todo o país. “A comissão técnica é composta por um coordenador, um técnico para cada classe, fisioterapeuta e um analista de desempenho.

Apesar de se sentir muito prestigiada com a oportunidade de carregar a bandeira do país, Evelyn conta que houve um momento de sua carreira que foi ainda mais especial: quando ganhou o prêmio de melhor atleta do ano na modalidade, em 2017. Ela diz que foi um ano fantástico, onde conseguiu ganhar todas as competições que participou, “quando recebi o prêmio passou um filme em minha cabeça”.

Ainda que todas essas realizações sejam uma grande conquista para Evelyn, a vida de um atleta profissional demanda muito esforço e persistência, “treino de 3 a 4 dias na semana, entre o clube, um espaço em minha casa e no Centro de Treinamento em São Paulo. Os treinos são das 8h às 16:30 em média, os outros dias que não treino em quadra, faço fisioterapia e exercícios físicos.”

A atleta ainda compartilhou um dos momentos mais desafiadores de sua carreira. Nas paralimpíadas do Rio em 2016, onde foi medalhista de ouro na bocha, revela que não pôde contar com o auxílio de seu assistente. Roberto, que acompanha Evelyn desde que começou a frequentar o clube onde descobriu o esporte, foi substituído por uma profissional à qual não estava acostumada a trabalhar por conta de uma exigência da federação, em que o assistente do atleta em quadra deveria ser a mesma pessoa que prestava os cuidados básicos. No entanto, Evelyn conta que Roberto fez questão de assisti-la da arquibancada e voou até o Rio de Janeiro para acompanhar sua trajetória nos jogos.

Grande fã de futebol e do atleta Cristiano Ronaldo, Evelyn diz que gosta de esportes no geral e que acompanha competições de skate até tênis. “O esporte para mim é a oportunidade de cumprir o meu propósito que é inspirar pessoas. Hoje, além de treinar diariamente para as competições, meu objetivo é carregar e propagar uma mensagem que fale de esperança e incentive alguém a acreditar que é possível.

Para a construção desta campanha a Biogen contou com a experiência e conhecimento de diversos parceiros – que participaram de forma voluntária e com muita dedicação e carinho: AAME – Amigos da Atrofia Muscular Espinhal, ABRAME – Associação Brasileira de Atrofia Muscular Espinhal, AUCA – Associação Unidos pela Cura da AME, DONEM - Associação de Amigos e Portadores de Doenças Neuromusculares, INAME - Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal, Instituto Viva Íris e Leandro Kdeira (@leandrokdeira), Renally Vidal (@amerenally), Sérgio Nardini (@paiderodinhas), Dra Vanessa Romanelli, Bióloga-Geneticista (@ame.pesquisa). Nosso agradecimento especial a todos vocês.

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O presente relato foi voluntário, não remunerado, e houve consentimento formal por parte da participante – tanto do direito de reprodução do texto como da imagem. A finalidade é exclusivamente para conscientização sobre a realidade da AME no Brasil. Reforçamos que cada pessoa é única, bem como sua jornada, e que o cuidado deve ser discutido individualmente, com os profissionais adequados.

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